O Antigo Testamento ainda é um Livro Helenístico?. UCG EBOOKS, #3

Par : Niels Peter Lemche
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  • FormatePub
  • ISBN978-989-54660-7-8
  • EAN9789895466078
  • Date de parution28/12/2023
  • Protection num.pas de protection
  • Infos supplémentairesepub
  • ÉditeurKKYM + P.OR.K

Résumé

Vinte cinco anos após O Antigo Testamento é um Livro Helenístico?, Lemche pergunta-se se ainda o é. Um quarto de século de investigação histórica e arqueológica confirmaram as hipóteses fundamentais da sua conferência-ensaio de 1991, relativamente ao surgimento do povo israelita, da sua religião, do monoteísmo ou, com efeito, dos demais povos que se cruzaram e desenvolveram no Médio Oriente, com as suas próprias religiões e mesmo monoteísmos.
Se a Bíblia Hebraica não é, estritamente falando, um livro helenístico, já que surgiu nos tempos romanos como um conjunto de escritos rabínicos provenientes do mundo judaico, o Antigo Testamento grego, a Septuaginta, é-o indubitavelmente. Desde logo pelo idioma, o grego. Mas a literatura bíblica é ainda amplamente devedora da historiografia grega, de Heródoto, bem como de um Tito Lívio. É ainda possível detetar traços do Hesíodo, de Beroso e de Ovídio.
No Génesis são discerníveis traços de Tales de Mileto (ou seus discípulos). O autor desenvolve e densifica a argumentação, salientando como tudo isto não é incompatível com referências ugaríticas, com motivos mesopotâmicos e épicos babilónicos, tal como a narrativa do dilúvio como reescrita de Gilgamesh. Se nos 25 anos que transcorreram entre o primeiro e o presente ensaio cresceu a tendência para situar a origem da literatura bíblica no período de Alexandre o Grande, Lemche alerta em relação a concepções simplistas destes processos de cruzamento civilizacional, salientando que há mais para além dos gregos.
O impacto do mundo clássico sobre o Oriente foi profundo, mas misturou-se com as tradições locais: na arte e na arquitetura - como também na literatura. Apesar de não sabermos ao certo onde ocorreu a atividade literária que emana do Antigo Testamento, reconhece-se que não pode ter sido na pobre Palestina do período persa, ou na paupérrima Jerusalém da Idade do Ferro. Deverá, por isso, afastar-se Jerusalém como eixo de encontro das tradições que estão na base da literatura bíblica já que no período relevante era pouco mais do que uma grande aldeia.
É bem mais provável que o Antigo Testamento possa ter sido composto em Alexandria, cidade grega com uma importante comunidade judaica, lugar de convergência e de irradiação do mundo antigo, onde se encontram muitas fontes e documentos.
Vinte cinco anos após O Antigo Testamento é um Livro Helenístico?, Lemche pergunta-se se ainda o é. Um quarto de século de investigação histórica e arqueológica confirmaram as hipóteses fundamentais da sua conferência-ensaio de 1991, relativamente ao surgimento do povo israelita, da sua religião, do monoteísmo ou, com efeito, dos demais povos que se cruzaram e desenvolveram no Médio Oriente, com as suas próprias religiões e mesmo monoteísmos.
Se a Bíblia Hebraica não é, estritamente falando, um livro helenístico, já que surgiu nos tempos romanos como um conjunto de escritos rabínicos provenientes do mundo judaico, o Antigo Testamento grego, a Septuaginta, é-o indubitavelmente. Desde logo pelo idioma, o grego. Mas a literatura bíblica é ainda amplamente devedora da historiografia grega, de Heródoto, bem como de um Tito Lívio. É ainda possível detetar traços do Hesíodo, de Beroso e de Ovídio.
No Génesis são discerníveis traços de Tales de Mileto (ou seus discípulos). O autor desenvolve e densifica a argumentação, salientando como tudo isto não é incompatível com referências ugaríticas, com motivos mesopotâmicos e épicos babilónicos, tal como a narrativa do dilúvio como reescrita de Gilgamesh. Se nos 25 anos que transcorreram entre o primeiro e o presente ensaio cresceu a tendência para situar a origem da literatura bíblica no período de Alexandre o Grande, Lemche alerta em relação a concepções simplistas destes processos de cruzamento civilizacional, salientando que há mais para além dos gregos.
O impacto do mundo clássico sobre o Oriente foi profundo, mas misturou-se com as tradições locais: na arte e na arquitetura - como também na literatura. Apesar de não sabermos ao certo onde ocorreu a atividade literária que emana do Antigo Testamento, reconhece-se que não pode ter sido na pobre Palestina do período persa, ou na paupérrima Jerusalém da Idade do Ferro. Deverá, por isso, afastar-se Jerusalém como eixo de encontro das tradições que estão na base da literatura bíblica já que no período relevante era pouco mais do que uma grande aldeia.
É bem mais provável que o Antigo Testamento possa ter sido composto em Alexandria, cidade grega com uma importante comunidade judaica, lugar de convergência e de irradiação do mundo antigo, onde se encontram muitas fontes e documentos.